Caso real com alguns ajustes fictícios
A escola pública “José Galvão”, localizada próxima das comunidades ribeirinhas da ilha do Cumbu, nas proximidades da cidade de Belém/PA, vem passando por um sério problema de evasão estudantil. A direção da escola, após conversar com os responsáveis dos estudantes, descobriu que estes estavam deixando a escola para trabalhar com os pais e familiares na coleta do açaí e na plantação da pimenta do reino, atividades tradicionalmente realizadas por todos os membros das famílias – iniciados por volta dos 10 anos de idade – daquela localidade e que exigia a tomada da manhã e da tarde para a consecução, havendo uma divisão de tarefas condicionada pelos limites etários e sexuais dos membros do grupo.
Depois de muito conversarem com os familiares dos estudantes e com os próprios estudantes, a direção e os professores da escola, percebendo que a situação não se modificava, resolveram acionar o Ministério Público do Estado (MPE), para que o mesmo tomasse providencias visando dar alguma solução para a situação.
Desse modo, o MPE montou uma comissão composta por seus promotores, membros do Conselho Tutelar responsável pela assistência à localidade e professores universitários, com o objetivo de realizarem oficinas junto aos pais e responsáveis sobre os direitos de crianças e adolescentes à educação, além das punições cabíveis quando de sua violação, conforme delineia o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº. 8.069/90) e a Constituição Federal.
- Você concorda com a forma como a questão (evasão escolar e trabalho infantil) foi discutida e solucionada na localidade? Por quê? Você teria alguma sugestão alternativa?
- Qual sua opinião sobre a relação entre práticas culturais e direitos? No caso em questão, seria possível concilia-las, sem acarretar prejuízos para as partes envolvidas?
Parabéns pelo blog um grande abraço a todos.
ResponderExcluirEm primeiro lugar vale salientar que a iniciativa foi valida, porém podemos observar que a adesão dos pais responsáveis foi pouca. A presença de assistentes sociais da prefeitura da cidade não foram convocados para este trabalho em conjunto. Como é um questão cultural dessas crianças participarem do trabalho familiar dificilmente largarão até porque é dai que sai a subsistência econômica da família, ou seja, sem as crianças o rendimento familiar diminui. O que deveria ser feito é incluir essas crianças no bolsa família na condição de não trabalharem mais e irem para a escola, ou criar outros incentivos econômicos para que os pais possam trabalhar com mais tranqüilidade. Acho que seria possível sim conciliar, mas com algum programa das esferas públicas para tirar essa criança do trabalho e deixa-lo na escola.
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