quinta-feira, 3 de março de 2011

08 DE MARÇO: DIA DE LUTA DAS MULHERES ESTUDANTES

O Brasil se incorporou à lista dos países que têm ou tiveram o cargo máximo do Poder Executivo ocupado por uma mulher. Longe de acreditar que ter uma mulher como Presidente é o suficiente para as aspirações do movimento feminista, vemos à nossa frente uma longa caminhada em direção a uma sociedade tolerante e justa, na qual homens e mulheres tenham igualdade de oportunidades.

Nós, mulheres, passamos por um intenso processo de adestramento que se inicia no momento no qual os genitores desejam saber previamente qual o sexo do bebê. A partir deste momento, os genitores investirão seus recursos na compra de roupinhas azuis e carrinhos, ou em roupinhas rosas, bonecas e panelinhas. Desde já somos ensinadas a permanecer no espaço privado, cuidando do lar e da família. Devemos falar baixo e pouco, sermos educadas e submissas. Como desenvolver e preservar nossa igualdade e autodeterminação diante de uma educação machista?

No desenvolvimento da nossa vida em sociedade apresentam-se para nós salários mais baixos que os dos homens para trabalhos iguais, déficit de creches, violência doméstica, mercantilização de nossos corpos na mídia, ausência de políticas que garantam a permanência das mulheres mães na escola/universidade, impossibilidade de decidir sobre nosso corpo através do aborto, cerceamento do desenvolvimento de nossa sexualidade reforçado pela Igreja... Todas essas medidas minam nossa autonomia.
Hoje, enfaticamente dentre essas descrições, a proibição do aborto vem a serviço de um processo de criminalização da pobreza, uma vez que são as mulheres mais pobres as afetadas pelos procedimentos abortivos precários, aquelas que não dispõem de renda suficiente para pagar o aborto seguro, oferecido por clinicas caríssimas. São essas mulheres sem acesso ao serviço público de saúde que entram nos trágicos números das pesquisas: o aborto mal feito é a 3ª causa mais freqüente de morte materna no Brasil.
O EMPODERAMENTO DA MULHER É NECESSÁRIO PARA SUA EMANCIPAÇÃO!
Desta forma, para vermos implementado na sociedade um projeto feminista é necessário que nós nos organizemos e nos mobilizemos em torno das nossas bandeiras e reivindicações. E a *Federação Nacional de Estudantes de Direito (FENED)*, entendendo-se como um instrumento de atuação coletiva das/os estudantes de direito organizadas/os em torno da luta pela erradicação das desigualdades vivenciadas em nossa sociedade, deve posicionar-se ao lado das lutas das mulheres, pois não podemos vislumbrar uma nova sociedade sem a superação da condição atribuída à mulher hoje!
Assim, é fundamental a participação da Federação no dia *08 de março*, dia que marca a histórica luta da mulher por sua libertação!
Durante a campanha eleitoral, quando vimos o debate sobre o aborto sob uma perspectiva conservadora, já se demonstrou o desafio que temos à frente. Além disso, o ano já começou com violações às conquistas das mulheres, com ministros do STJ restringindo a aplicação das punições da Lei Maria da Penha, projetos de lei "pró-vida" - que são um retrocesso em termos de autonomia e garantia da saúde da mulher - entre outras.
Dia 08 é dia de nós, mulheres estudantes de direito, a partir de nossas próprias vozes, reforçarmos as pautas feministas perante a sociedade, para que avancemos nas nossas conquistas!

Mulheres da FENED

Twitter: @MulheresFENED

E-mail: mulheres.fened@gmail.com
site: www.fened.org.br

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