Série 10 indicações
O objetivo dessa série de posts é de forma dinâmica apresentar algumas indicações relacionadas a assessoria jurídica popular ou que auxiliem em sua divulgação. O primeiro post é sobre livros. Os próximos pretendem abordar: trabalhos acadêmicos, músicas, videos, militantes, imagens, dinâmicas, músicas, etc. Os comentários do post servem para complementar ou criticar a lista. Inclusive em alguns casos a lista terá que ser um pouco maior.
DEZ LIVROS PARA AJUDAR A FAZER ASSESSORIA JURÍDICA
A lista é variada, a idéia é pensar a assessoria jurídica não apenas como uma atividade educativa ou jurídica, mas uma atividade que pense também o Brasil como um todo. A ordem dos livros é alfabética e não de importância. A lista poderia ser maior, com certeza sugestões serão muito bem vindas.
A. AS VEIAS ABERTAS DA AMÉRICA LATINA - Eduardo Galeano
Um dos mais renomados autores latino-americanos, Eduardo Galeano escreve de maneira sui generis a exploração realizada na America Latina durante séculos de colonização e imperialismo. Um texto que desperta a vontade de mudar a América Latina.
B. CIDADANIA NO BRASIL: O LONGO CAMINHO - José Murilo de Carvalho
Quem não conhece a história do seu país não tem como tentar mudá-lo. Esse texto de José Murilo de Carvalho é uma síntese da história da luta por direitos no Brasil. Texto essencial para um olhar historicizado da conquista dos direitos no Brasil.
C. CULTURA COM ASPAS - Manuela Carneiro da Cunha
O Brasil não é feito apenas da cultura das grandes cidades. Pensar a cultura de forma radical é trabalho daqueles que não pretendem realizar invasões culturais com pretexto de levar civilização. Conhecer as "culturas" brasileiras é essencial a assessoria jurídica.
D. EXTENSÃO OU COMUNICAÇÃO? Paulo Freire
Nesse livro Paulo Freire se dedicou às atividades de extensão universitária, que ele preferia chamar de comunicação. A questão principal do livro é como se comunicar com a comunidade sem invadir seu conhecimento, aprendendo com a experiência comunitária.
E. O MANIFESTO DO SURREALISMO JURÍDICO - Luis Alberto Warat
O direito pode ser visto por angulos inusitados, a partir da arte, a partir da imaginação, a partir da alegria. Warat foi um dos grandes pensadores alternativos do Direito. O manifesto é uma ode ao sonho no Direito.
F. O MANIFESTO COMUNISTA - Karl Marx
Quem nunca leu o manifesto comunista ainda não foi apresentado a realidade. O marxismo é a teoria social mais importante do nosso tempo e sem dúvida influenciou e influencia muitas pessoas a lutar por um mundo melhor.
G. O SABER LOCAL - Clifford Geertz
O mundo é muito diversificado. Não pode ser compreendido como se fosse uma única forma de ver e pensar. Por isso, é essencial entender as possibilidades e diferenças. O capítulo 8 desse livro aborda a concepção de Direito em 3 grandes culturas orientais.
H. PEDAGOGIA DO OPRIMIDO - Paulo Freire
O livro que inaugurou a proposta de Educação Popular. Merece ser lido em grupo e com muitos debates. Nenhum outro livro de Paulo Freire é mais recomendável do que Pedagogia do Oprimido para quem quer fazer educação popular.
I. PELA MÃO DE ALICE - Boaventura de Sousa Santos
Um dos pensadores mais importantes da atualidade refletiu sobre a universidade e o papel transformador do Direito no contato com a comunidade nesse belo texto. Refletir sobre o mundo é essencial para construir novos mundos possíveis.
J. POR QUE ESTUDAR DIREITO, HOJE? - Roberto Lyra Filho
As faculdades de Direito estão recheadas de nefelibatas e ceguihnos, mas os aliados do poder são os que verdadeiramente mandam. O que se pode fazer numa realidade dessa? Revolucionar! Transformar! Sair do palácio de marfim e libertar o Direito!
Gostei da seleção Furmann. Evidentemente, toda seleção é subjetiva e carrega a historicidade do selecionador, mas concordo com os livros indicados.
ResponderExcluirSenti falta dos autores da filosofia da libertação, como Dussel e Mignolo, que tanto tem nos ajudado a melhor compreender a América Latina.
Achei interessante incluir livros da Manuela Carneiro e do Geertz para discutir a diversidade cultural, ponto muitas vezes subjugado nos grupos de assessoria, e que é tão importante para pensar, por exemplo, o pluralismo jurídico e a autodeterminação dos povos.
Abraços.
Assis
ResponderExcluirO Ivan sugeriu que todos nós fizéssemos nossa lista também. Para inaugurarmos uma nova seção(página) no nosso blogue. Bora lá. Abraço
camaradas, coloca aqueles icones de rede sociais no fim do post para facilitar a divulgação!
ResponderExcluirMuito boa lista!
Saudações!
Galera... a idéia era provocar o pessoal para fazer uma lista coletiva! Fiquei muito feliz que o pessoal curtiu a idéia... Concordo com vocês que a lista poderia ter coisas diferentes... inclusive da filosofia da libertação... mas faltou espaço... eheheh
ResponderExcluirUm abraço!
Acho que poderíamos incluir: Pedagogia do Oprimido, Pedagogia da Autonomia, ambos de Paulo Freire; O direito que se ensina errado, de Roberto Lyra Filho; A crítica da razão indolente, de Boaventura de Sousa Santos; Pobreza e cidadania, de Vera Silva Telles; A universidade necessária, de Darcy Ribeiro...
ResponderExcluirSe lembrar de outros, envio. Por enquanto, estou lendo "Ciência e existência", de Álvaro Vieira Pinto. Por enquanto, apesar de trabalhar com uma epistemologia universalizante, se baseia na dialética e no existencialismo da pesquisa científica.
Gostei da lista
ResponderExcluirVou reproduzir em meu blog http://fabioataide.blogspot.com/
Luiz;
ResponderExcluiradoraria poder contribuir para uma lista coletiva, são tantas obras que marcam fases dentro da assessoria jurídica popular... Gostei bastante da indicação do Geertz que fica bastante esquecido. Por hora de pronto assim instantâneo senti falta do livro do Enrique Dussel - 20 teses de política (CLACSO), onde ele, baseado em Laclau, visualiza o povo como um conjunto de reivindicações represadas (a plebs que quer ser populus); LOVISOLO, Hugo. Educação popular: maioridade e conciliação. Salvador: UFBA, 1990 e também COSTA, Beatriz. Para analisar uma prática de educação popular. In: Cadernos de Educação Popular 1. Nova: Pesquisa, Assessoramento e Avaliação em Educação. Petrópolis: Vozes, 1981 - que são fundamentais para entender a idéia de parteiro, co-partilhamento, o ser parte em, do encontro de horizontes entre a ajup, a educação popular e os grupos e movimentos sociais; a eterna contribuição gramsciana no imaginario da assessoria juridica popular e da advocacia popular que pode ser trabalhada a partir do livro de ARRUDA JR, E.L. Direito moderno e mudança social: ensaios de sociologia jurídica. BH: Del Rey, 1997. Por fim dois livros que li recentemente mas trazendo substancial referência: MIGNOLO, W. D. La idea de america latina: la herida colonial y la opción decolonial. Barcelona: Ed. Gedisa S.A., 2007, para pensar a america latina como fronteira, abya-Yala, gran comarca, marcada pela ferida colonial e pelos damnés; e o artigo de Stephen Meili The Interaction between Lawyers and Grass Roots Social Movements in Brazil, 3 Beyond Law (Instituto Latinoamericano de Servicios Legales Alternativas) 61 (July 1993) (Working Paper ILS 5-2, Institute for Legal Studies, University of Wisconsin Law School (July 1993)); que pensa a advocacia popular como advocacia de causa dos movimentos sociais, ou seja advogados que lutam por uma causa a qual acreditam e pela qual vivem e lutam - causas e movimentos sociais que ressignificam e forjam novos perfis de atuação dos advogados.