segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Poema memórias do movimento sem terra

Luiz Otávio Ribas

O que eu digo ainda não fiz, e não vivi
Só vivi como a minha palavra
Mas quero dizê-la para ajudar a ter um fim

Memórias do movimento sem terra
Dedicado a Jacques Alfonsin

Depois que o ferro quente cantou
os que tiveram a sorte de voltar para contar
lembraram aos risos o zunido das balas
que voaram perto de suas orelhas.

- Um policial atingiu um padre - disse alguém -, mas foi na perna.

Foi quando uma criança se levantou com
os dois pés na cadeira e ordenou com o punho cerrado:

- Então vamos à luta acabar com esses fiadaputa!



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