Por Lenir Correia Coelho – Assessora Jurídica da CPT/RO
Se definindo como camponesas em função do compromisso com os valores camponeses de cuidar da terra e tirar dela o seu sustento; essas mulheres, presentes no Encontro, refletiram sobre suas práticas cotidianas, procurando dar visibilidade sobre as suas intervenções no ambiente familiar e social, permitindo assim, construir novos olhares sobre o papel da mulher na luta social que garanta a permanência da família no campo, com produção de qualidade, com dignidade e respeito.
Com a contribuição da advogada Lenir Correia Coelho,
assessora jurídica da CPT/RO, foi oportunizado a reflexão sobre os
direitos das mulheres na legislação brasileira, enfocando o quanto
a legislação encontra-se distante das realidades sociais,
principalmente, das camponesas que possuem dificuldades para acessar
saúde, educação, trabalho, crédito lazer, enfim, o Estado se
mostra o maior violador dos direitos das mulheres camponesas, pois,
suas políticas não se mostram comprometidas com a realidade social.
As militantes do MPA no Estado de Rondônia: Isabel e
Leila, em suas intervenções, enfatizaram que o encontro aproxima as
camponesas, permite a troca de experiências e principalmente, a
construção de pautas reivindicatórias para se fazer a luta
conjunta nos municípios. Demonstraram claramente que somente a
mobilização permanente das camponesas permitirá a conquista
significativa de direitos que permita a igualdade e respeito.
Outra militante: Sebastiana destacou que é difícil ser mulher e militar nos movimentos sociais, pois, o machismo predomina mesmo em espaços que deveriam ser libertadores; que as mulheres, camponesas, antes de irem para atividades de mobilização têm que deixar diversas tarefas domésticas prontas para seus companheiros: roupas lavadas, comidas feitas, casa limpa, enfim, é necessário que os homens, militantes sociais, também avancem na sensibilidade de que as camponesas precisam ser tratadas de forma igualitária e que se as mesmas contribuem diretamente na construção da renda familiar, devem, estes, também contribuírem na realização dos afazeres domésticos.
O Encontro trouxe presente a Celebração da Vida, onde as camponesas tiveram oportunidade de lembrar a história das mulheres no mundo, recordando diversas mulheres como: Olga, Rosa Luxemburgo, Margarida Alves, Joana D’Arc, Helenira Resende, que foram consideradas mulheres corajosas para suas épocas e contribuíram significamente para a libertação das mulheres.
Esse Encontro renova a crença na luta das camponesas,
que ao retornarem para suas casas, irão buscar os apoios necessários
para continuarem firme na resistência campesina, pois, percebem que
não estão sozinhas e que essa luta está apenas começando!
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