Sobre greve dos garis, no Rio de Janeiro, o texto do professor de direito do trabalho da USP é exemplar. Com o título de "Em defesa do direito de greve dos trabalhadores garis: o encontro do carnaval com sua história", o artigo de de Jorge Luiz Souto Maior passeia do contexto histórico, envolvendo samba, carnaval e trabalho, até chegar aos eventos que têm marcado a greve dos lixeiros durante e após o mais recente período carnavalesco, bem como as decisões jurássicas, porém tão atuais, da justiça trabalhista brasileira. Definitivamente, 2014 iniciou em junho de 2013 e o tempo da pasmaceira, entre as classes populares e trabalhadoras do Brasil, está encerrado. É hora de construir, política mais que juridicamente, a unidade em torno das bandeiras necessárias para esse novo momento em que o descenso das massas já se tornou dado sociológico a ser considerado em pesquisas históricas sobre a década de 2000.
A propósito da greve dos garis, então, compartilho em primeira mão o poema de Pedro Carrano, inspirado em Drummond e musicado por Amauta T. D. da Insurreição, "Drummond e a rosa do povo ou Do lixo nasceu uma flor", que integra o livro "Três vértebras e um primeiro testamento".
Aqui, vídeo e letra:
drummond
e a rosa do povo
(letra:
Pedro Carrano; música: Amauta T. D. da Insurreição)
(Dm6
C#7+)
foi
uma cena curiosa
que
não se vê todo dia
o
carro banhado de lixo
e
muita gente ao redor
do
lixeiro atropelado
(Fm6
Bb7/9)
coitado,
tão apressado
não
é dono do seu tempo
entre
um assobio e outro
vai
socando lixo dentro
do
caminhão terceirizado
(Em
A9)
e
depois corre maroto
como
alguém que perde o trem
entre
um assobio e outro,
se
agarra no rabo do bicho
pra
virar lixo também
(Dm6
C#7+)
foi
descuido não há dúvida
ao
saltar do caminhão
pra
pegar o que caiu
buzina!
e logo o chão
relaxou
nosso lixeiro
(Dm6
Fm6)
que
ficou por ali mesmo
(Dm6
Am7/9)
matando
um pouco o serviço,
(Dm6
C#7+)
julgado
nos comentários:
Dm6
“que
lixeiro distraído,
Fm Em Dm6
C#7+ Dm6
foi atropelar o
carro!”
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