FERREIRA MENDES, Josilene. O direito vivo na luta pela terra no Projeto de Desenvolvimento Sustentável Virola Jatobáem Anapu/PA. Dissertação – Programa de Pós-Graduação em Agriculturas Amazônicas
– Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Belém,
2012.
Essa dissertação tem como objetivo
analisar e descrever os diferentes aspectos da noção de “direito vivo”
apreendida junto às unidades familiares camponesas ao longo dos processos de
ocupação, criação e implementação do Projeto de Desenvolvimento Sustentável
Virola Jatobá no município de Anapu, Estado do Pará. Nesses diferentes
processos, as unidades familiares construíram e acrescentaram, com base em seu
direito vivido, diferentes aspectos à noção de direito à terra, a partir de suas
práticas sociais e jurídicas que se contrapõem, por vezes, ao que dita o
direito formal. No processo de ocupação, se destacam as práticas sociais e
jurídicas de lideranças de organizações sociais locais e das primeiras famílias
ocupantes da área, e abstrai-se então a noção de direito a terra para quem nela
trabalha. No processo de criação oficial do assentamento, as unidades
familiares ocupantes passam a assumir o comando do PDS. Para tanto, se fazem
representar pela figura de uma Associação para protagonizar negociações e
reivindicações perante as instituições do poder público, particularmente o
INCRA, e assim se configura a noção do direito a terra para quem nela trabalha
com autonomia. No processo de implementação do PDS, as famílias enfrentam a
execução do projeto de manejo florestal comunitário, que passa por um processo
de negociação entre o poder público e as famílias envolvendo a adoção de novas
condições de trabalho. Nessa negociação, se configura a noção do direito a
terra para quem nela trabalha com autonomia e cuidado com a mata.
Palavras Chave: Direito vivo.
Campesinato. Direito a terra. Projeto de desenvolvimento sustentável.
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