Sepé Tiaraju e seu grito insurgente: "esse direito insurgente não tem dono!" |
Os estudantes de Direito da região norte do estado do Rio Grande do Sul, reunidos em assembléia, na Praça Marechal Floriano – Praça da Cuia, em Passo Fundo, no crepúsculo do dia 14 de novembro de 2005, fundam o Centro de Assessoria Jurídica Universitária – CAJU. Data que remete aos 161 anos do Massacre de Porongos, ato final da “Revolução” Farroupilha, onde os Lanceiros Negros – batalhão de frente de um ideal próprio pela liberdade – foram trucidados por tropas imperiais na campanha gaúcha. Os cajuanos homenageiam todos aqueles que um dia lutaram por seu ideal, repudiam toda injustiça social e insurgem-se contra toda forma de opressão. Isso através de atividades de Assessoria Jurídica Popular, sob os princípios da libertação pelo conhecimento, da comunicação entre o conhecimento jurídico-social e o popular, da busca da efetivação dos direitos humanos, do estudo crítico do Direito frente à realidade social, do Ensino Jurídico cumprindo a função social da Universidade, da livre expressão do pensamento e da autogestão. Assim, depositamos todos nossos votos de longevidade e engajamento à nossa entidade recém-nascida. Neste ato simbólico, cortamos o cordão umbilical com qualquer instituição de ensino – e com qualquer órgão -, ouvimos os primeiros choros do neném – imaginamos muitos outros brados e gritos -, o banhamos no mate lavado de madrugadas de luta – este será nosso credo -, e alimentamos a vontade de ver crescer um gigante.
Passo Fundo, 14 de novembro de 2005.
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