sábado, 23 de janeiro de 2010

A realidade brasileira e o Fórum Social Mundial

Na coluna semanal do Jacques Alfonsin, divulgamos o texto "O Fórum Social Mundial frente aos dados do IBGE e do IPEA sobre nossa realidade econômica" publicado no Instituto Humanitas, da Unisinos.



"O Fórum Social Mundial, todavia, tem-se mostrado o lugar e o tempo da esperança, apesar da realidade social injusta que marca o nosso tempo". Jacques Alfonsin

Para Alfonsin, os dados recentemento publicados pelo IPEA e IBGE, sobre a produção agropecuária e distribuição de terra no Brasil, e também sobre a pobreza do povo brasileiro, ocuparão grande parte dos espaços de discussão do FSM.

Destaca a importância da agricultura familiar, no contexto de grande desigualdade da distribuição de terras, em contrapartida de uma igualdade na produção de alimentos quando comparados este setor com os grandes produtores rurais.

Afirma a necessidade da intervenção estatal, por meio de uma reforma agrária, para reverter este quadro. Que, na sua opinião, implica no fortalecimento do setor da agricultura familiar. Comenta os dados do IPEA da diminuição dos índices de pobreza estrema, ao tempo que permanecem os mesmos altos índices de desigualdade social.

Por fim, acredita no potencial mobilizador do FSM no empoderamento de resistências populares.

Jacques nos convoca para a participação neste importante espaço de discussão. Por todos estes anos, o FSM têm significado um dos únicos espaços de reunião da esquerda brasileira. Ao tempo que necessita da constante reinvenção para continuar significativa.

Ver também: Programação Canoas - Reforma Urbana

2 comentários:

  1. Ribas e demais comp@s,

    li o artigo do Jacques imaginando que encontraria lá sua análise sobre a situação atual do FSM, mas sobre esse assunto há apenas uma manifestação (deveras otimista, a meu ver) de confiança de que o FSM avançaria mais no debate sobre a questão agrária.

    Com todo o respeito que Jacques merece (e como merece!), considero equivocada a crença que alguns ainda mantem no FSM como espaço da resistência anti-capitalista global. O FSM, infelizmente, não é mais o que era antes.

    Há algumas outras questões no artigo que penso que devem ser melhor discutidas por tod@s nós. A (minúscula) melhora na condição de vida de parte do povo brasileiro é mérito do governo ou é um reflexo do desenvolvimento mais intensivo do capitalismo (e o consequente acirramento da luta de classes) no Brasil? Faz sentido no contexto atual levantar a bandeira de uma reforma agrária que propugne pela volta dos trabalhadores à pequena propriedade privada da terra? O argumento que Jacques levanta em favor dessa idéia (a de que o agronegócio capitalista não produz mais alimentos que a agricultura familiar) não identifica corretamente as causas dessa situação.

    Mas não desanimemos. Todas essas questões têm sido intensamente debatidas no âmbito da própria esquerda. O MST vem trazendo esse debate desde 2005; e começam a surgir propostas de reorganização internacional da esquerda anti-capitalista (o que Chavez vem chamando de "Quinta Internacional", e o vice-presidente da Bolívia chama de "Internacional dos Movimentos Sociais").

    Abraço a tod@s!

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  2. Diehl e companheir@s

    Acho necessária a crítica ao FSM, inclusive no sentido de demarcar a nossa proposta de discussão.
    Afinal, o que temos a oferecer em termos de encontros da esquerda latino-americana?
    Gostaria de ver por aqui postagens sobre esta proposta bolivariana, mais detalhadamente.
    Vamos aguardar também as postagens d@s companheir@s blogueir@s que estão no FSM e prometeram alguma cobertura e avaliação.

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