sexta-feira, 3 de junho de 2011

Mostra o que ninguém vê

Essa semana estive lembrando de um curta metragem que em 2005 fez renascer varios focos de luta do movimento estudantil pelo país. E a pouco tempo atrás o jornalista Fernando Evangelista, lançou o Documentário Impasse (2010)sobre a luta por um transporte público, gratuito e de qualidade. Segue a sinopse do documentário.

Luiz Henrique, militante do Movimento Passe Livre, está de joelhos e braços levantados no meio da Beira-Mar Norte, a mais movimentada avenida de Florianópolis. O policial se aproxima, imobiliza o estudante no chão e acerta três socos em seu rosto. Outros policiais lançam bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e bombas de efeito moral contra os 10 mil manifestantes que correm para todos os lados, em meio aos carros. Luiz Henrique desmaia e fica inconsciente por vários minutos. Isso aconteceu no dia 31 de maio de 2005 e a cena está no documentário Amanhã Vai ser Maior.

Exatamente cinco anos depois, em 31 de maio de 2010, a Polícia Militar invadiu a Udesc - Universidade do Estado de Santa Catarina -, e prendeu estudantes que protestavam contra o aumento da tarifa do transporte coletivo. Os policiais utilizaram gás de pimenta e armas de choque de maneira indiscriminada, atingindo universitários, fotógrafos e quem mais estivesse pela frente. Dias depois, entrevistei o então secretário de Segurança Pública que justificou a invasão e a violência policial com o seguinte argumento: “Nós entramos na Udesc para pegar pessoas que praticaram crimes” e comparou os estudantes a assassinos. Questionado sobre o uso das armas de choque, disse: “é melhor levar um choque do que ser atingido por um cassetete na cabeça, que pode causar uma fratura, portanto, o uso de armas de choque em movimentos sociais, em algumas ocasiões, é justificável”. As cenas da invasão, a entrevista e outros flagrantes de ignorância estão no documentário Impasse.

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