sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Sobre a tragédia no Rio...

Todo ano a tragédia provocada pelo descaso dos governantes se repete. São inundações, desabamentos, soterramentos e por aí vai. Como sempre o discurso dos governos é culpar o clima ou a natureza, ou então as pessoas que "irresponsavelmente" construíram suas casas em áreas de risco.

A mídia sensacionaliza essa tragédia, dá ênfase ao sofrimento dos atingidos, mas não procura debater o que mais interessa: A falta de planejamento dou uso e ocupação do solo, a especulação imobiliária que expulsa as pessoas mais pobres de aréas mais valorizadas, e de uma estrutura adequada para a prevenção de desastres do gênero.

Numa atitude midiática, a recém empossada presidente do Brasil, Dilma Roussef junto om o governador do RJ, visitaram o local do desastre e anunciaram a liberação de recursos, cerca de 700 milhões de reais para serem gastos em regime de urgência, , sem fiscalização é bem provável que boa parte desses recursos não ajudem a quem verdadeiramente precisa.

Só pra fazer uma comparação : A reforma do maracanã unicamente engolirá a bagatela de R$ 900 milhões. O fato do maracanã já ter passado por uma reforma em 2008 para o Pan-Americano é esquecido, o que se argumenta agora é que é necessário cumprir as exigências da FIFA, para deleite das empreiteiras.

Não há um projeto ou política nacional de habitação que atendam as demandas do povo. Há um projeto nacional de construção de moradias que atendem os interesses da empreiteiras. Além disso o atual Ministro das Cidades, Mário Negromonte é um conhecido empreiteiro da Bahia.

Daqui alguns dias essa tragédia deixa de ser manchete nos principais jornais e tudo segue como dantes no país de abrantes. Até a próxima tragédia se repetir e provocar de novo a verborragia demagógica dos nossos governantes.


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3 comentários:

  1. Olá Adriano
    Que bom contar com tua primeira postagem em nosso blogue!
    Começas com a crítica ao Estado e aos governos em relação a política de emergências, e também dos grandes eventos esportivos.
    Me parece que pode ser estendida a crítica para a mídia e a cobertura jornalística destas grandes catástrofes. Os jornais tem limitado-se a noticiar a tragédia depois de ocorrida (sem ao menos anunciá-la na "previsão" do tempo) e organizar campanhas de arrecadação de donativos aos desabrigados. Agora, informações sobre as causas da tragédia, crítica as políticas públicas etc, só vemos nos blogues e poucos veículos críticos, como Carta Maior, Le Monde Diplomatique, entre outros.
    É chegada hora do povo se organizar para barrar esta política de pão e circo.
    Já existem manifestações pelo país denunciando o desfavor que os eventos esportivos cumprem em relação a especulação imobiliária e alta corrupção daqueles que a administram.
    Também manifestações de denúncia das condições desiguais de uso da terra nas cidades, que coloca sempre o pobre como culpado e responsável por viver em áreas de risco - colocando a alternativa vergonhosa das remoções em massa.
    O que a resistência popular e a FAG estão organizando neste sentido, Adriano?

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  2. Grande Adriano!

    Ótima análise de conjuntura, frente à qual é impossível não se indignar!

    Rumo à unidade da esquerda, unindo anarquistas, socialistas e comunistas em prol da libertação popular!

    Abraço

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  3. Buenas Ricardo e Ribas!

    No caso do rio de Janeiro, A FARJ federação anarquista do RJ, está promovendo ações de denúncias contra a política de criminilização das favelas e remoção de moradores de aréas ocupadas. A FAG, Resistência Popular vão estar, junto com outros grupos, no Encontro latino-Americano de Organizações Populares- ELAOPA, nos dias 22, 23 e 24 de Janeiro de 2011, na grande São Paulo. Mais informações ver: http://www.elaopa.org/ Nesse encontro estará em debate esses pontos e tomadas de ações conjuntas com a FARJ e outros grupos.

    Saudações libertárias!

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