O artigo será publicado no "Anais do III Encontro Latinoamericano de Ciencias Sociais e Barragens", que foi realizado em Belém, na UFPA, no início do mês de dezembro deste ano (no prelo).
Acampamento Xokleng, no início do contato com os não-índios.
A ênfase da análise está no processo de colonização, que segundo a autora, foi iniciado em 1916, no Estado de Santa Catarina. Coincidente com o período em que começaram a ser trazidos imigrantes da Europa para habitar o lugar, que antes já era habitado pelos indígenas, embora isso não tenha sido considerado.
A pesquisadora destaca o conceito de Cosmopráxis, que tem relação com práticas cosmológicas, a visão de mundo, filosofia, que é colocada em prática, que é vivida por cada povo em sua cultura de acordo com sua filosofia própria. A explicação que cada povo dá ao seu universo. O termo também pode estar relacionado às práticas religiosas, "xamanísticas", mas é entendido como algo mais amplo.
Interessante perceber que a professora utiliza muitas referência de seu diário de campo, fruto do método etnográfico utilizado na pesquisa realizada no local. Na escrita é utilizada a primeira pessoa do singular, o "eu" que confere subjetividade e autenticidade aos relatos. Espera-se, que a voz oficial da pesquisadora possa funcionar como um entrave aos interesses do Estado e da iniciativa privada.
Leia também sua dissertação de mestrado em Direito na UFSC: "Tecendo o Direito: a organização política dos Xokleng La Klãño e a construção de sistemas jurídicos próprios: uma contribuição para a antropologia jurídica".
Que pesquisa linda, minha gente!!!
ResponderExcluirÉ uma pesquisa viva e pulsante que certamente afetará aqueles que a ela tiverem acesso ... que chegue ao mundo a história do Povo Xokleng através dos sinceros e sensíveis olhares e diálogos e escritos de Juliana.
[E há professores na minha querida UESPI me advertindo que pesquisadores escrevem em primeira pessoa do singular porque não conhecem as normas da ABNT!]
escrever na primeira pessoa do singular foi uma "briga" imensa em meu programa também, mas nas pesquisas de cunho antropológico isso acontece com frequência. Além de primar pela intersubjetividade o "meu" olhar é só mais um olhar possível. Então por que devo erigí-lo a verdade científica inconteste? Um abraço,
ResponderExcluirJuliana