Em meio a esta pergunta, muitas pensadoras e muitos pensadores têm construído as bases teóricas e práticas para tornar a universidade um espaço autêntico de emancipação.
Sobre o tema, cuja abordagem lança novas perguntas e desafios teóricos para se pensar a educação superior e suas condições de libertação, indica-se o acesso a postagem.
Olá Betinho
ResponderExcluirMuito interessante tuas questões e reflexões!
A proposta de Lyra Filho ganha cada vez mais espaço na nova geração da crítica jurídica. Assim como o debate sobre a universidade e o ensino jurídico.
Podemos aqui fazer referência ao diálogo sobre a universidade popular, aproveitando outros textos do blogue.
A questão "Pode a universidade não ser emancipatória" está muito bem colocada.
Vou me esforçar para responder de forma positiva. Em breve me manifesto.
Oi, Betinho!
ResponderExcluirO seu texto me lembrou um fato ocorrido neste ano em uma universidade daqui do meu estado, Piauí. Acho que não precisaria lembrar que somos um dos estados mais pobres da federação ( penúltimo no IDH) e que isso tem um significado muito maior do que a imprensa hegemônica pinta, tanto em aspectos negativos, como positivos ( na pobreza? pois é). Enfim, não vou me aprofundar nesta questão, mas o fato é que neste estado pobre dois estudantes absolutamente competentes, financiados por instituições públicas para a realização de pós-graduação stricto sensu, com pesquisa sendo sondada por várias outras, foram desligados do programa porque não atingiram a nota mínima em língua estrangeira na segunda prova realizada. Detalhe: o espanhol não é considerado língua válida para a prova.
O que eu quero dizer com esta informação? Que os cursos de pós-graduação devem baixar o nível para aceitar qualquer pessoa? Não nesses termos. O que eu quero dizer é: sabendo que esta instituição atende uma demanda que vem de uma estado pobre, onde eventualmente os pobres tem uma ou outra chance de alcançar os cursos menos disputados das universidades públicas e em seguida serem aprovados numa seleção de pós-stricto sensu, o mínimo que se poderia esperar era que estes estudantes tivessem algum tipo de acompanhamento para que aprendessem uma outra língua, para então se realizar uma segunda seleção. O que não ocorre.
Eu sei que este relato parece muito pontual e é bastante passível de críticas, mas essas coisas revelam bem como a universidade se distancia do substrato social em que se encontra... Além de pobre ( em termos bem capitalistas), o estado não tem cultura voltada para outra língua que não o português, nem mesmo entre as famílias abastadas, a fluência em línguas estrangeiras não é tão fácil de se encontrar. Não recebemos tantos turistas de outros países, nossa colonização quase não teve outros elementos além do negro, indígena e português. Pelo menos é o que eu vejo. Talvez se precisasse de um estudo antropológico mais profundo.
Eu sei que eu, se fosse professora de lá, não perderia dois bons estudantes por conta disso, nem que eu precisasse ir na casa de cada um ensinar esta bendita outra língua. Tanto sonho aplicado num projeto desses...É de se lastimar! E fico me perguntando, por que cargas d'água decidiram aprová-los na seleção, se fosse para se descartar tão simplesmente...
Eu só gostaria de deixar registrada minha revolta com esse tipo de coisa. Você desperdiça um talento por conta de uma lacuna no conhecimento institucional exigido, que poderia muito bem ter sido suprida com o apoio mais interessado da instituição.