Essa semana, fui convidado para fazer uma palestra para os calouros de Direito da Universidade Federal de Alagoas. Antes de minha fala, uma professora, coordenadora do Núcleo de Extensão, e um professor, coordenador do Núcleo de Pesquisa, da Faculdade de Direito.
Apesar da disposição de compreensões questionáveis quanto a estes campos, escutei sua fala até o final e puder entender porque a Universidade e a Faculdade de Direito, por sua vez, no mínimo, precisa se submeter a debates mais intensos no campo da pesquisa, da extensão e do ensino. Que estamos muito distantes de transformar ensino em educação. Mas, não é por isso que devemos esmorecer.
Vejam o que o professor, movido por uma postura típica dos sem-argumentos, ou seja, a postura da desqualificação, postou em seu blog: blogdoadrualdo.blogspot.com
Ah, mas não esqueçam de olhar os comentários à postagem. Eles nos permitem perceber que precisamos estar sempre atentos, sob pena de nunca conseguirmos superar as ideias que mantêm o direito no mundo das concepções tradicional-conservadoras.
O pensamento liberal considera que o homem sabe escolher a sua própria programação de televisão livremente, mas jamais admite que ele possa saber o que é ou não é justo. Para certas coisas, o povo deve ser livre, para outras, o Estado deve intervir. Não consigo ver como a discussão sobre a função social da televisão não possa também atrair a ação do Estado, através de uma política não de censura, mas de informação de qualidade; os cidadãos não podem ser apenas expectadores passivos de uma disputa comercial. A Tv pode e deve informar mais do que informa, e cabe à sociedade exigir. É o que penso.
ResponderExcluirEu tinha escrito uma resposta enorme, mas acho que vou me limitar a umas poucas palavras.
ResponderExcluirEntrar em contato com os assessores populares, tendo vivido uma realidade avassaladoramente dogmatica na academia, foi uma experiência no mínimo libertadora para mim. E acho que já disse isso mais de uma vez por aqui.
Não sei como é o ambiente de discussão Brasil à fora, mas posso dizer que jamais me senti amordaçada por não concordar com esta ou aquela teoria que meus amigos assessores populares defendem. Além disso, ao contrário do que o professor fala no blogue, percebo que aqueles que cerram as fileiras da assessoria preocupam-se, sim, com um embasamento teórico sólido, que, por motivos óbvios, não são os mesmos marcos teóricos daqueles que decidem criticar.
Talvez um pouco mais de serenidade para se enxergar o outro como merecedor de respeito e de uma compreensão do contexto em que está atuando fosse necessário para que o debate venha a existir de fato e não apenas uma exposição de ideias, pontuada por alfinetadas.
A Nayara pontuou uma questão que eu ia dizer aqui. Acho que rolou uma incompreensão por parte dos debatedores, especialmente do professor Adrualdo. Além de que esta expressão que ele criou "esquerdismo do direito" é muito antiquada, não acrescenta nada ao debate. Uma postura muito ressentida, incompreensível para mim.
ResponderExcluirÀs vezes estamos habituados a frequentar apenas lugares onde pensam como a gente, onde é consenso que o Direito não é mera limitação dogmática e que as construções jurídicas estão aí para serem analisadas sob a luz de uma sociedade complexa e que se altera a cada momento.
ResponderExcluirAí nos deparamos com falas tão distantes do que a Academia deveria ser: um espaço de debate democrático.
Isso serve para nos lembrar que nada está ganho, e para reafirmar a nossa necessidade permanente de nos armar teoricamente, para derrubar no argumento claro esses preconceitos de autoridade. Que estão (ainda) mais presentes do que imaginávamos.
Não é para desanimar, é para animar mesmo, pois o trabalho coletivo de vocês se mostra fundamental também no confronto de idéias, além da atuação jurídica; a solidariedade meramente abstrata não existe, e vocês são uma prova de concretude solidária necessária para a democracia. Como vocês disseram, a serenidade e os estudo são as maiores armas democráticas. Meus cumprimentos sempre,
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