quarta-feira, 24 de março de 2010

Uno más para Nunca Más



"Uno más , para nunca más", a data de 24 de março é de uma importância histórica e simbólica para o povo argentino, pois relembra o "aniversário" do golpe militar linha dura de 1976- 1983, que dizimou uma geração, segundo dados de organizações de direitos humanos, de cerca de 30 mil, entre mortos e desaparecidos políticos. As "Madres de La Plaza de Mayo" traduzem a data, feriado nacional, como mais de três décadas de resistência vecendo a morte, ou seja, é o Dia Nacional pela Memória, os encontros deste organização em Buenos Aires, ainda na época ditatorial, em 1977, o simbolismo dos "pañuelos"no reclamo dos seus, fortaleceram a lutas contra o sistema repressivo, através da denúncia das violações sistemáticas de direitos humanos.

Mais que uma data simbólica dentro do processo participativo de reconstrução do passado histórico, pelo qual esse país vizinho passa desde 1998 com as primeiras decisões de derrocada de Leis ( a da Obediência Devida e do Ponto Final);o 24 de março é a conquista da resistência, da pressão popular por justiça e reconstituição da "história oficial"pelos povos, não somente no que se refere à época ditatorial, mas sim que abarca aos oprimidos como um todo, demonstrado pelo impulso que as ações dos movimentos de direitos humanos desenvolvem hoje em todo o país, com universidades populares, ações de tomadas de decisões e práticas libertárias.

Além de ser um alento para os povos que ainda lutam ao menos para o início deste processo, como nós brasileiros, que queremos uma Comissão da Verdade, como os povos originários Mapuches chilenos que lutam contra o estigma de "terroristas"e a perseguição política do Governo do Chile, sem esquecer do povo Mexicano, tão desconhecido aqui mais ao sul, mas que também clama por uma democracia efetiva.

Contudo, nada melhor do que poesia para comemorar os feitos da resistência e alentar os sonhos de que nossas sociedades realmente tenham uma cultura de promoção e educação em direitos humanos, através da silhueta deste movimento que em tanto contribui para lutas transversais.

"Aqui hay las Madres
Madres de cádaveres en las sanjas
Madres de cuerpos chertos gritando bajo la lluvia
o quemados de fuego
pero todos fatalmente desonrados


Madres del espanto ante cadáveres amenazados
Madres de la agonia dividida entre el ódio y el horror
Madres que nos duelen
a los que aún tenemos sangre.

Aqui hay las madres
Madres de cadáveres no identificados
Madres de la valentía y el ejemplo
aferradas por manos adelante a espera de una respuesta
girando obstidamente el calvário de la plaza...

Madres que han perdido la armonía
Madres de los escalofrios nocturnos,
temblando, siempre
esperando a sus hijos,
aún por allá...
Madres trágicas...por el amor e el dolor, justificadas."

( Aqui hay las Madres, Cuarteto Zupay)
Para maiores informações, http://www.madres.org.ar/
http://www.hijos.org.ar/

Um comentário:

  1. PATRCIA DUARTE DE ALMEIDA26 de março de 2010 às 02:58

    QUANDO É CONTADO UMA HISTORIA, UM FATO VERIDICO, ME REMETE A UM ESPANTO, QUANDO O FATO É VERIDICO ENVOLVE TODA UMA QUESTAO SOCIAL, EMOCIONAL, INTELECTUAL ESSE FATO VERIDICO SE TORNA INESQUECIVEL, AOS QUAIS MARCAM DRASTICAMENTE UMA SOCIEDADE COM FOGO ARDENTE QUE QUEIMA NAO SO A PELE MAS TAMBEM A ALMA, DEIXANDO MARCAS QUE SERAO LEMBRADAS AO LONGO DOS TEMPOS, COMO A POESIA ( Aqui hay las Madres, Cuarteto Zupay), TENDO EM VISTA EXPOR O SOFRIMENTO, O ESTARRECIMENTO DA SOCIEDADE EM UM CONTEXTO GERAL...

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