quarta-feira, 28 de julho de 2010

O despertar da espera


Companheiros

Hoje pela tarde foi realizado na UFSM o encontro que debateu sobre "A questão da Terra no Estado do Rio Grande do Sul pela ótica dos povos indígenas e o papela da Universidade pública, gratuita, pluriétnica e laica na educação superior Indígena", dentro das atividades do Congresso Nacional de Estudantes de Agronomia. Nesse debate estiveram presentes os representantes das nações Guarani, Kainguangue e Charrua, as três que são nacionalmente reconhecidas como sobreviventes no território do RS.

Foi um espaço bastante interessante, no qual as comunidades expressaram uma vez mais a necessidade de políticas públicas voltadas não apenas para a redistribuição de terras aos povos originários, mas também para sua sustentabilidade. O probema da "invisibilidade"desses povos é uma das formas que opressão se manifesta atualmente, sem políticas públicas dos governos municipais capazes de dialogar com a cultura originária.

Aqui em Santa Maria se fazem presentes duas destas etnias: os Guaranis e os Kainguangues, que comercializavam no calçadão seus artesanatos, desde um acordo feito com Administração Municipal anterior. Devido à burocracia e à demora na regularização de suas terras, ambas comunidades vivem em lugares precários, à beira do asfalto em pequenas faixas ocupadas. Dessa forma, o artesanato, mais do que expressão de suas culturas é também a principal fonte de rende desses povos.

No entanto, no último mês, especialmente a partir do mês de junho, a prefeitura municipal começou a implementar açoes de "revitalização do centro"da cidade, com a transferência compulsória de ambulantes, camelôs e artesãos para o "Shopping Popular Independência". Conforme informativo do GAPIN (Grupo de Apoio aos Povos Indígenas) foram realizadas algumas reuniões com as Comissões de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores e do Exceutivo com a proposta de organização do espaço público dentro da cidade para a comercialização do artesanato de forma permanente por essas comunidades.

O que se tem até agora é uma permissividade provisória da Prefeitura para que as comunidades comercializem no centro da cidade. Entretanto, foi despertada uma necessidade secular, que é a da sustentabilidade destes povos pelo reconhecimento de sua alteridade, proporcionando-lhes condicões ecônimicas e culturais de exercerem a diferença.A organização das etnias Guaranis e Kainguangue por meio do GAPIN é uma articulação que começou a surtir efeitos, como o da própria discussão dentro da Universidade Públicas de maneiras que proporcionem além do acesso, a interação com estes povos. Rumo à I Conferência Municipal sobre Terras Indígenas de Santa Maria /RS!

Um comentário:

  1. Olá
    Mas que bom receber notícias de Santa Maria!
    Vamos ficar atentos aguardando novas notícias desta questão.
    Fica ainda a necessidade de pautarmos mais o tema indígena aqui no blogue, não é?
    Além de conhecer outras experiências pelo Brasil afora.
    Abraços

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