A coluna Direito das Marias
começa hoje em sua manifestação mais lúdica. O título “Mulher e literatura”
abraçará as criações imaginativas das colaboradoras, palco que buscará trazer
mais para perto a dor e a alegria pulsante na mulher. O horizonte da mulher que
trabalha, que milita, que briga, que estuda, que sonha, que morre e que vive,
em matizes miríades colhidas do suor, das lágrimas, dos sorrisos e do sangue de
todas nós, exercício importante para que ultrapassemos a barreira de um frio
relato. A intenção é provocar os sentidos e os sentimentos através da poesia,
da prosa, de imagens, de filmes e do que mais puder funcionar como estopim de
uma reflexão sensível e empática que, aliás, tem sido a proposta em muitas das
postagens do blogue da AJP.
Assim, na postagem de hoje,
fazemos um convite à leitura da obra desta moça aqui embaixo
Escritora rebelde, Ercília Cobra,
em pleno Brasil
da década de 1920, ousou rebelar-se contra a tradição machista de seu tempo,
publicando livros com os provocadores títulos: “Virgindade Anti-higiênica” e “Virgindade
Inútil”. Enfrentando o ostracismo no meio literário, ainda hegemonicamente
masculino mesmo com o vigor da Semana de Arte Moderna (1922), ela tratou da
libertação sexual feminina num tempo em que isso era considerado tabu e
sacrilégio, indo além da tradicional luta feminista da época, que então se
concentrava no direito ao voto para as mulheres.
Assim, trazemos no linque abaixo,
a reprodução de uma de suas obras, para que escritoras mulheres como Ercília
tornem-se tão conhecidas como seus pares homens, tendo a oportunidade de que
suas criações sejam apreciadas ou criticadas, também, enriquecendo nosso
imaginário com novas velhas vozes de mulheres que, por terem sido
convenientemente ignoradas, não foram ouvidas.
E mais sobre Ercília:
Ornela e Nayara
Nossa, muito bom. Não conhecia a Ercília, mas do que li aqui no site já fiquei instigado. "A honra da mulher não póde estar no seu sexo, parte material do corpo que não pode se submeter a leis; deve estar como a do homem no seu espírito, no (<p.6) seu moral, na parte honesta do seu ser, que a consciência."
ResponderExcluirAbs!
Que bom, Paulo, que se sentiu instigado a conhecer a ousada e livre Ercília!
ResponderExcluir=)