domingo, 20 de maio de 2012

Direitos das Marias- Mulher e Literatura



A coluna Direito das Marias começa hoje em sua manifestação mais lúdica. O título “Mulher e literatura” abraçará as criações imaginativas das colaboradoras, palco que buscará trazer mais para perto a dor e a alegria pulsante na mulher. O horizonte da mulher que trabalha, que milita, que briga, que estuda, que sonha, que morre e que vive, em matizes miríades colhidas do suor, das lágrimas, dos sorrisos e do sangue de todas nós, exercício importante para que ultrapassemos a barreira de um frio relato. A intenção é provocar os sentidos e os sentimentos através da poesia, da prosa, de imagens, de filmes e do que mais puder funcionar como estopim de uma reflexão sensível e empática que, aliás, tem sido a proposta em muitas das postagens do blogue da AJP.

Assim, na postagem de hoje, fazemos um convite à leitura da obra desta moça aqui embaixo


Escritora rebelde, Ercília Cobra, em pleno Brasil da década de 1920, ousou rebelar-se contra a tradição machista de seu tempo, publicando livros com os provocadores títulos: “Virgindade Anti-higiênica” e “Virgindade Inútil”. Enfrentando o ostracismo no meio literário, ainda hegemonicamente masculino mesmo com o vigor da Semana de Arte Moderna (1922), ela tratou da libertação sexual feminina num tempo em que isso era considerado tabu e sacrilégio, indo além da tradicional luta feminista da época, que então se concentrava no direito ao voto para as mulheres.

Assim, trazemos no linque abaixo, a reprodução de uma de suas obras, para que escritoras mulheres como Ercília tornem-se tão conhecidas como seus pares homens, tendo a oportunidade de que suas criações sejam apreciadas ou criticadas, também, enriquecendo nosso imaginário com novas velhas vozes de mulheres que, por terem sido convenientemente ignoradas, não foram ouvidas.
  
Virgindade Anti-hygiênica- preconceitos e convenções hipócritas:

E mais sobre Ercília: 

Ornela e Nayara

2 comentários:

  1. Nossa, muito bom. Não conhecia a Ercília, mas do que li aqui no site já fiquei instigado. "A honra da mulher não póde estar no seu sexo, parte material do corpo que não pode se submeter a leis; deve estar como a do homem no seu espírito, no (<p.6) seu moral, na parte honesta do seu ser, que a consciência."

    Abs!

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  2. Que bom, Paulo, que se sentiu instigado a conhecer a ousada e livre Ercília!

    =)

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