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sexta-feira, 9 de setembro de 2011



Uma homenagem ao parceiro militante do MTST Edson Francisco, que recentemente sofreu atentado contra a vida em sua própria residência, num momento de descanso.

Em memória de três heróis latino-americanos: Emiliano Zapata, Ernesto Che Guevara e Carlos Marighella, cujas atitudes ecoam como ideias pungentes em nossos corações.

Eis meu voto de fé a estes e outros parceiros de luta:






Ainda que me acabassem as armas,
Haveria as flores e eu as utilizaria na batalha.

Mesmo que me tirassem os sentidos,
Não deixaria de saber por meio dos meus instintos.

Seria-lhes uma voz que ecoa
Ainda que me deixassem deserto,
Aprisionado em celas,
Escondido em exílios,
Mutilado em estacas,
Esquecido nos livros
E assassinado para a história.

Meus olhos continuarão abertos durante toda a guerra travada,
Mesmo que me torturem por alguns segundos, por minutos, horas, dias, vidas...

Continuaria indignado e incomodado
Ainda que me concedessem o eterno perdão pelos erros da humanidade.

Choraria
Ainda que não me restassem lágrimas.

Choraria
Ainda que me faltasse o amor,
Ainda que me faltasse a quem amar
E alguém por quem chorar.

Eu lutaria com as flores,
E assim golpearia as maldades,
Com tiros, com socos, com as bombas,
As ideológicas e as biológicas,
Com discursos, com a ciência,
Com meu trabalho e minha fé.

E, se fosse preciso, eu lutaria com as flores.

Eu sinto as dores dos torturados de todas as épocas,
Mas não cedo. Ainda que me dêem o choque.
Ainda que me façam inalar fumaça e tentem me afogar.
Mesmo que partam os meus ossos,
Mesmo que me destruam a capacidade de acreditar em tudo o que é humano,
Frágil, belo, sensível, saudável, construtivo, positivo.

Ainda que me cometessem o crime de arrancar a voz,
Eu seria um grito. Um grito de lágrimas, de flores e sentidos.

Eu indigno e incomodo
Porque não perdoei nenhum de vocês.

Entendam que a dialética permanecerá,
E mesmo que não queiramos, seremos a obra de seus resultados.

Vocês aceitarão a constância do eterno movimento transformador,
Ainda que não acreditem em nenhuma dessas palavras,
Mesmo que eu tenha que repeti-las de inúmeras formas distintas.

Revoltemo-nos.

domingo, 4 de setembro de 2011

A revolução brasileira: cosmogonia de nossa ação cultural para a libertação

Hoje, economizarei palavras. Trata-se de uma verdadeira economia política da comunicação. Tem dias que precisamos falar, com longas frases e velhas palavras. Aqui, não: redondilhas e o novo se exasperarão! Há quem diga que vivemos em um país tranqüilo de povo pacífico. Nada mais equívoco. Basta olharmos para nosso inconsciente e vermos as veias abertas de nossa insurgência. Por isso, o poema abaixo - crivado com o gosto dos cambucás de nossa história, uma longa travessia que representa nosso legado de ação cultural para a libertação destinado às novas gerações. No poema, torto como nossa história, irmanam-se e conjugam-se a filosofia da insurgência com as experiências rebeldes desta mesma filosofia. Para o fronte!

A REVOLUÇÃO BRASILEIRA
cosmogonia de nossa ação cultural para a libertação

Ricardo Prestes Pazello


Com o braço de Palmares
República de quilombos
Insurretos militares
No exemplo de Porongos

Resistência, força crítica
De caingangues e xavantes
Nas batalhas guaraníticas
E de tantos retirantes



Nas colônias anarquistas
Libertários que improperam
Falanstérios utopistas
Descontentes proliferam

Grevistas de todo gênero
Farrapos e Julianas
De motins menos efêmeros
O poder, guerras cabanas

A revolta dos posseiros
Um acordo Contestado
Zoada de cangaceiros
Equador confederado



Sangue d'ouro em Carajás
Guerrilheiros no Araguaia
Cova grande onde jaz
O exército da Praia

Movimento combatente
Justo timbre do protesto
Conjurado, inconfidente
Num conflito manifesto

A disputa balaiada
O levante de Canudos
E as massas arrastadas
Jenipapo nos entrudos

Na Coluna em longa marcha
E nas Ligas Camponesas
Covardia não se acha
Sim, trabalho; não, tristeza


Seja em Trombas, em Formoso
Porecatu, Caparaó
É o povo, belo e ditoso,
Fazendo uma luta só

Na Intentona comunista
No projeto popular
O horizonte socialista
Uma estrela a nos guiar

Conspiram as nossas gentes
Tal malês em rebelião
Dentre outros INSURGENTES
Tudo foi revolução
...
Tudo é revolução!