tag:blogger.com,1999:blog-8502620451751951542.post3157984504148330308..comments2023-10-28T08:38:17.869-03:00Comments on Assessoria Jurídica Popular: AJP/AJUP com povos indígenas?Luiz Otávio Ribashttp://www.blogger.com/profile/16853403191296683788noreply@blogger.comBlogger5125tag:blogger.com,1999:blog-8502620451751951542.post-42964046897311309552010-02-18T10:42:42.033-02:002010-02-18T10:42:42.033-02:00Assis,
Concordo plenamente com suas últimas afirm...Assis,<br /><br />Concordo plenamente com suas últimas afirmações sobre a consciência da potencial universalidade da opressão, inclusive da que parte de nós mesmos.<br /><br />Obrigada!A dona da loja de desejoshttps://www.blogger.com/profile/04708201520824756373noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8502620451751951542.post-10169353165452077852010-02-13T22:11:34.971-02:002010-02-13T22:11:34.971-02:00Galera,
Que beleza de debate este. Fico feliz pelo...Galera,<br />Que beleza de debate este. Fico feliz pelo interesse demonstrado pelo tema.<br />De fato, Ribas, a auto-designação destes povos originários varia de acordo com a conjuntura política. É consenso, na maioria dos países latino-americanos, que a designação povos indígenas contempla-os, pois trata-se de mudar o termo índio - aquele termo errado do colonizador que traduz habitante das Índias - por indígena - que em latim significa nativo. Esta designação ganhou força a partir da década de 70, com o surgimento do movimento indígena e do pan-indigenismo, e foi utilizada para articular, viabilizar e reforçar as etnias de fato, aglutinando-as em torno de pautas políticas estrategicamente unificadas. <br />No entanto, em muitos países, sobretudo no caso da Bolívia e do Equador, que possuem as constituições mais avançadas na atualidade em termos de reconhecimentos da diversidade cultural, o termo utilizado já é nações indígenas, o que traduz a necessidade de pensar os povos indígenas enquanto nacionalidades em igualdade de condições com a nacionalidade boliviana e/ou equatoriana, e tornar o Estado um espaço político onde co-existem multiplas nacionalidades e, portanto, cidadanias.<br />Acho que Diehl abordam bem a questão das populações tradicionais, um termo que procura unificar todas os grupos sociais vulnerabilizados que lutam, de alguma forma, pelo direito à terra, como componeses, quilombolas, ribeirinhos, indígenas, ciganos, etc. Mas que não é consenso entre os teóricos e para utilização do público-alvo.<br />Acho que esta questão que o Diehl aborda é ainda mais profunda do que a discussão sobre a sociedade capitalista, porque mesmo as revoluções socialistas do século XX não acabaram, nem ao menos tentaram acabar, com o machismo, a homofobia, o etnocentrismo colonial e o racismo, por exemplo, o que exige pautar a discussão sobre a sociedade capitalista (e contra o capital, se assim podemos resumir) como um dos pontos de enfrentamento, mas não o único, pois o racismo é algo anterior ao capitalismo e estará presente mesmo depois de seu fim, se não soubermos reconhecer que nestas problemáticas os oprimidos também são produtores de opressões e as relações entre opressores e oprimidos é algo bem mais fluido e complexo, pois até nós, ativistas dos direitos humanos, também cometemos muitas opressões (mesmo quando nos controlamos para não cometê-las) contra aqueles que tentamos ajudar e colaborar, porque nossa segunda pele, a cultura, muitas vezes nos cega para as relações de poder que se desenvolvem nos gestos mais simples. <br />Enfim, continuemos pensando estas questões abertas...Assis Oliveirahttps://www.blogger.com/profile/11641545016023880586noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8502620451751951542.post-63782273856018419952010-02-11T23:10:06.337-02:002010-02-11T23:10:06.337-02:00O termo "povos tradicionais", pelo que m...O termo "povos tradicionais", pelo que me consta, surgem no mesmo período histórico e pela mesma tradição intelectual do termo "novos movimentos sociais". É progressista quanto à preocupação com uma série de sujeitos atacados das mais diversas formas pelo avanço do capital e da cultura hegemônica no atual sistema-mundo, mas materialmente tem uma série de problemas seja de análise social, seja de auto-reconhecimento por parte dos sujeitos taxados com tal "rótulo".<br /><br />É por isso que, de fato, os povos indígenas preferem ser denominados a partir de sua auto-denominação, o que acho que é importante por uma questão de respeito à sua cultura. Se há a necessidade de criar uma categoria que dê conta de todos estes grupos, acho dificil empreendermos nós essa tarefa, e não eles (ou sem eles). Apenas um pitaco quanto a isso.<br /><br />Considero esse tema importante, especialmente no que se refere à preocupação com os sujeitos com os quais o advogado popular deve atuar. Na medida em que representam uma parte dos "condenados da terra" pela sociedade capitalista-imperialista vigente, os indígenas fazem parte do povo em vias de libertar-se (penso aqui nas categorias propostas pela filosofia da libertação de Dussel).<br /><br />A questão é saber como o advogado e o educador popular na AJP/AJUP deve atuar de forma consequente com base nas peculiaridades levantadas pelo Assis. Uma das maiores dificuldades, a meu ver, é superar as tentativas de "converter" os indígenas a aceitar passivamente os fundamentos da sociedade do branco (do capitalista, afinal de contas!) a partir do discurso dos DDHH. Sabemos que a ideologia dominante também utiliza os DDHH sob um certo viés para defender seus próprios interesses, e desarmar essa bomba é uma baita tarefa! Dessa forma, temos de estar política e teoricamente preparados para dialogar com os grupos, mostrando como funciona a sociedade capitalista e como se movimentam os potenciais inimigos dos movimentos indígenas (transnacionais, latifundiários, agentes estatais, até mesmo certas ONGs picaretas etc etc). Nessa tarefa certamente também aprenderemos muito com eles!<br /><br />Tem mais questões aí pra discutir (pluralismo e monismo jurídico; com quem se aliar na AJP/AJUP com povos indígenas; características da ação do advogado popular na defesa dos povos indígenas etc etc), mas fica pra outro dia!Diego A. Diehlhttps://www.blogger.com/profile/12708707248049462514noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8502620451751951542.post-45363482263634617022010-02-11T15:19:28.356-02:002010-02-11T15:19:28.356-02:00Olá Assis e leitor@s
Pois é, este ainda é um tema...Olá Assis e leitor@s<br /><br />Pois é, este ainda é um tema pouco trabalhado pelas assessorias estudantis. Por outro lado, existem uma série de advogad@s que tem trabalhado com índios, é uma questão de nos aproximarmos deste pessoal todo.<br />Fiquei pensando na preparação necessária para desenvolver um diálogo com indígenas/índios/povos tradicionais/povos originários... São tantas identidades, e eu desconheço a discussão sobre qual o termo que os povos tem reivindicado.<br />Sei que cada povo quer ser chamado pela sua autodenominação, como os Xokleng em Santa Catarina. Mas precisamos de um termo para nomear o conjunto deles, uma tarefa sempre difícil.<br />Este é um bom começo para a conversa, como que eles querem ser chamados?Luiz Otávio Ribashttps://www.blogger.com/profile/16853403191296683788noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8502620451751951542.post-47929573414605577012010-02-09T10:12:18.827-02:002010-02-09T10:12:18.827-02:00Olá, Assis!
Muito legal essa sua experiência. Pen...Olá, Assis!<br /><br />Muito legal essa sua experiência. Penso que decidir trabalhar com povos de diferentes etnias deve realmente exigir um trabalho de extremo zelo em termos de respeito a toda uma rede de significados próprios que aquela comunidade singular apresenta. Ainda mais quando carregamos, já entranhados em nosso córtex cerebral, conceitos jurídicos dotados de "pureza científica" aparente.<br /><br />Deve ser uma experiência muito rica!<br />Espero que renda bons frutos para o assessor e os grupos étnicos dos quais ele pretende se aproximar. <br /><br />Grande abraço!A dona da loja de desejoshttps://www.blogger.com/profile/04708201520824756373noreply@blogger.com